Ao falar do Pinhão, não se pode deixar de referir uma das mais antigas e influentes famílias que para aí foi viver nos finais do século XIX, ainda o Pinhão era um lugar da Freguesia de Casal de Loivos.
Beleza de Andrade, família de Mestres-Pilotos oriunda de Leça da Palmeira. Devido à produção do Vinho do Porto, alguns dos seus descendentes viajaram para o Douro, por volta do Século XVIII, tendo-se enraizado em Casal de Loivos, Provezende e mais tarde, no Pinhão. A sua presença por essas terras é anterior à deliberação da Região Demarcada do Alto Douro.
Esta família descende de Francisco Xavier Beleza de Andrade, irmão de José Vicente de Andrade Beleza, que era Fidalgo Cavaleiro da Casa Real por Alvará de 14/02/1755. Foi Mestre de Campo do Terço de Infantaria do Porto; Ministro da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco do Porto; 1.º Senhor do Morgadio do Bom Sucesso, na Vila de Valdigem, por ele instituído em 25/11/1722; abastado proprietário e produtor de vinho do Porto; Sr. da Quinta da Beleza, situada na Rua do Choupelo em Vila Nova de Gaia; mandou edificar os Armazéns pertencentes hoje à Firma Vinícola Calém, em Vila Nova de Gaia em cujo portão, ainda se ostenta o Brasão das suas Armas concedido em 23/02/1722.
A presença da família Beleza de Andrade no Douro é anterior à criação da Região Demarcada.
A constituição da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, também denominada Real Companhia Velha, instituída por alvará Régio de 1756 teve como mentores, Frei João de Mansilha e Dr. Luís Beleza de Andrade.
Este último, Fidalgo da Casa Real por Alvará de 03/02/1756, Juiz de Fora, Vereador da Câmara do Porto e 1.º Provedor da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Veio a falecer em 1771, na sua Quinta do Bom Retiro que é, presentemente da propriedade da Firma Ramos Pinto, na freguesia de Valença do Douro.
A Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro tinha como objectivos:
Estabelecer os limites da Região Vitícola - Região Demarcada das zonas autorizadas a produzir vinho de feitoria (o vinho de melhor qualidade para exportação);
A regulamentação de um sector de produção e comércio do vinho; proteger o vinho do Douro, assegurando a sua qualidade e o seu mercado, evitando a concorrência interna, ou seja, as misturas, as substituições, as fraudes com vinhos do sul e a regulamentação do preço.
Em finais do século XVIII, já os Beleza de Andrade eram proprietários da Quinta Amarela, situada no Pinhão e designada primeiramente, por Quinta do Bom Sucesso.
A página 91, Apêndice V do livro A Alma do Douro, refere a história desta Quinta, tema resultante do artigo escrito pelo Genealogista do Porto, Dr. Rui Moreira de Sá Guerra (também parente desta família) que não poupou esforços para que, pelo menos, a Capela da Quinta - dedicada a Nossa Senhora do Bom Sucesso - de grande valor cultural e patrimonial não fosse destruída. Não foi atendido na sua pretensão, desaparecendo para sempre um património artístico riquíssimo, sustendo o altar-mor um retábulo com o douramento da talha a folha de ouro, (segundo o citado genealogista) porque, quando da sua demolição, não houve sensibilidade nem religiosa, nem artística, nem cultural.
Azulejos da Adoração dos Reis Magos (Capela da Quinta Amarela – Pinhão)
No seu lugar foi construído um edifício de proporções exageradas para o local onde está implantado. Totalmente desenquadrado, destaca-se no meio daquele casario retirando beleza àquela tão bonita paisagem. Era urgente qualquer tipo de intervenção (nem que fosse arvoredo…) de modo a minimizar o impacto que ele provoca.
Quinta Amarela, no Pinhão
A descrição que se segue, sobre a Quinta Amarela e a sua antiga Capela é da autoria do Genealogista Dr. Rui Moreira Sá e Guerra (http://ruisaeguerra.blogspot.com/) que, gentilmente e a meu pedido, me endereçou o texto integral e original publicado no Semanário de Vila Real, A Voz de Trás os Montes, em 8 e 22 de Setembro de 1988. As fotos são igualmente da sua autoria. Este artigo resultante de um seu estudo elaborado antes da destruição da Quinta Amarela será parte integrante do livro a publicar brevemente, por este ilustre Genealogista. Nesse sentido, proponho-me apenas publicar pequenos excertos sobre esta Quinta de que eu ainda tenho memória.
“A casa e capela da Quinta Amarela, no Pinhão” – artigo publicado na Voz de Trás os Montes em 22-9-1988, pelo Dr. Sá Guerra:
“Toda aquela propriedade rústica fora comprada, no Século XVIII, pelo coudel-mor Manuel Borges Ribeiro e esposa D. Gertrudes Beleza de Andrade, a José Ferreira Aranha e ao genro deste, António Francisco.
Com este bem de raiz, os adquirentes constituíram património a favor do filho Francisco Borges Beleza de Andrade, para ele tomar ordens sacras.
«…» Foi nessa propriedade que o padre Francisco Borges Beleza, já clérigo diácono, mandou edificar o solar e a capela da invocação de Nossa Senhora do Bom Sucesso e logo deu ao conjunto o nome da Quinta do Bom Sucesso. Porém, como a casa e a capela fossem pintadas de amarelo, os habitantes do burgo preferiram denominá-la Quinta Amarela, envisgados pela cor, e assim ficou conhecida.
«…» O padre Francisco Borges Beleza nascera em 24-7-1767, na freguesia de Miragaia, na cidade do Porto. Era filho do já apontado coudel-mor Manuel Borges Ribeiro, familiar do Santo Ofício, monteiro-mor do concelho de Vila Nova de Gaia, mas que acabou os seus dias em Casal de Loivos, e de sua mulher D. Gertrudes Beleza de Andrade, neto paterno do capitão de ordenança António Borges Ribeiro, natural de Provesende, familiar do Santo Ofício, senhor da quinta da Foz, no Pinhão e de sua mulher D. Ana de Jesus e neto materno de Manuel Beleza de Andrade, natural de Matosinhos onde nascera em 21-9-1712, proprietário de ofício de guarda da costa do referido lugar de Matosinhos por carta de mercê de D. João V, passada em 23-7-1743 em razão do pai Francisco Xavier Beleza de Andrade estar impossibilitado por doença…”.
Francisco Xavier Beleza de Andrade, nascido em 1675 na freguesia de S. Nicolau, no Porto, Fidalgo da Casa Real, 2.º Administrador do Morgadio de S. Lourenço, por nomeação testamentária de seu pai. Senador da Câmara do Porto e guarda da costa do lugar de Matozinhos, concedida por Carta Régia de 30/7/1714, por D. João V. Teve Carta de Brazão em 5/12/1729 (esquartelado, Belezas, Andrades, Pereiras e Moutinhos).
Era pai do capitão João Beleza de Andrade, terceiro administrador do Vínculo de S. Lourenço e terceiro Senhor do Morgado do Bom Sucesso, Capitão de Granadeiros do Terço de Auxiliares.
Irmão do acima referido José Vicente de Andrade Beleza, pai do Dr. Luís José Beleza de Andrade que foi o 1.º Provedor da Companhia Geral da Agricultura das vinhas do Alto Douro.
Com a criação dessa Companhia, o Douro tornou-se a Região Demarcada mais antiga do Mundo. ![]() |
Brazão dos Belezas de Andrade Pereira Moutinho |
Irmão do acima referido José Vicente de Andrade Beleza, pai do Dr. Luís José Beleza de Andrade que foi o 1.º Provedor da Companhia Geral da Agricultura das vinhas do Alto Douro.
Quanto ao Pinhão, “O cósmico e cosmopolita Pinhão”, como se lhe referiu Miguel Torga no seu poema, foi considerado desde o início do século passado, importante Entreposto Comercial. Detém ainda o estatuto de Centro Económico Geográfico da Região Demarcada do Vinho do Porto, pelo qual foi considerado pelo médico e escritor, Dr. João Araújo Correia, o “miocárdio do Douro”.
A alusão que aqui se faz sobre alguns elementos de esta antiga e nobre família, que viveu e contribuiu para o desenvolvimento da região Demarcada do Douro é baseada no livro Genealogia dos Beleza de Andrade, de Rui Moreira Sá Guerra, não tendo havido na sua concepção, a pretensão de ser um estudo genealógico.
A Casa dos Belezas existente em Provezende é um dos exemplares dos muitos solares de província construídos durante o Século XVIII, resultante da produção de vinho generoso. Palacete que apesar de estar desactivado e a necessitar de obras, ainda permanece de pé com a sua Pedra de Armas.
Pertenceu a Luís Borges Beleza de Andrade nascido na Freguesia de S. Bartolomeu de Casal de Loivos, em 1773 e falecido nessa casa em 1850. Abastado proprietário duriense, foi Senhor da Quinta da Foz do Pinhão. Casou com D. Maria Emília Beleza de Seixas, não deixando herdeiros directos.
Era irmão do Padre Francisco Beleza de Andrade, senhor da Quinta Amarela no Pinhão, acima descrita.
Quinta da Foz - Pinhão |
António Beleza de Andrade também natural de Casal de Loivos era irmão dos acima citados. Em 19/12/1788, foi-lhe conferida a Prima Tonssura e os Quatro Graus de Menores, por D. Gaspar, Arcebispo de Braga.
Veio a casar com sua sobrinha D. Francisca Borges Beleza de Andrade, nascida em 1804, na Quinta da Beleza em Vila Nova de Gaia, no lugar onde recentemente se construiu uma nova unidade hoteleira.
D. Francisca Beleza de Andrade foi constituída, juntamente com seus filhos, herdeira universal de seus tios, da Casa de Provezende. Minha tetravó e irmã de António Beleza de Andrade, nascido em 1802 também na Quinta da Beleza, em Gaia. Fidalgo da Casa Real, 5.º e último Administrador do Morgadio do Bom Sucesso; Major do Regimento de Infantaria n.º 12 ao serviço de D. Miguel, tendo sido feito prisioneiro em 1834, na Batalha de Asseiceira e mais tarde, solto em Lisboa, segundo o estipulado na Convenção de Évora-Monte.
Da união de D. Francisca com António Borges Beleza de Andrade nasceram três filhos:
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D. Francisca Beleza de Andrade |
· D. Ana Júlia Borges Beleza de Andrade, herdeira da Casa de Provezende e trisavó da Dra. Leonor Beleza (actual Presidente do Conselho de Administração da Fundação Champalimaud);
· D. Ana Maria Borges Beleza de Andrade, Sra. da Casa de Levandeiras, em Barcelos;
· Manuel Borges Beleza de Andrade, meu trisavô. Nascido em Casal de Loivos. Foi herdeiro por parte de seus tios, senhores da Casa de Provezende. Das propriedades herdadas constavam: a Quinta da Foz no Pinhão, casas, Capela, armazéns, lagares, azenha, vinha, olival e pomar, a partir com os rios Pinhão e Douro.
Manuel Borges Beleza de Andrade
Manuel de Jesus Borges Beleza de Andrade, seu filho e meu bisavô materno era pessoa distinta, de porte nobre tal como seu pai. Recebeu em sua casa Sua Majestade o Rei D. Carlos acompanhado da Rainha D. Amélia, quando se deslocaram ao Pinhão, numa das visitas que efectuaram ao Douro. Suas Majestades foram aí recebidos por Manuel Beleza de Andrade pelo facto de ter descendência nobre e por na altura, a sua casa ser considerada no Pinhão aquela que melhores condições oferecia para receber tão ilustres visitantes.
Manuel de Jesus Borges Beleza de Andrade e Maria Olímpia do Couto
Este edifício pertence actualmente ao Sr. António Lourenço, a quem em Setembro de 2009 tive oportunidade de transmitir pessoalmente o meu apreço, pela admirável recuperação do edifício, respeitando a traça original da fachada. Situa-se na Rua principal, junto da rua que desce para a praia.
Manuel de Jesus Borges Beleza de Andrade, além de grande produtor e comerciante de vinhos, era também proprietário de um grande Armazém que abastecia os produtores da região. Sublinha-se a grande relevância na altura da filoxera, da qual ele também foi vítima, nas suas vinhas.
Homem generoso e fiador de quantos lhe pediam ajuda, veio a perder a sua Quinta da Foz (hoje do Cálem), por ter sido fiador de um seu amigo Juiz Conselheiro do Reino, por quem tinha grande estima e consideração.
Por iniciativa de Manuel Beleza de Andrade, aquele pequeno lugar, o Pinhão, passou a usufruir de uma Escola Primária Oficial da qual foi professora D. Ana dos Santos Baptista, natural de Vila Real, tendo-lhe oferecido alojamento numa sua casa.
Dona Ana veio a casar com José Beleza de Andrade, o quarto dos sete filhos de Manuel Beleza de Andrade.
A Escola Primária funcionou durante anos (até ser construído o edifício dos Planos dos Centenários, em terreno dos Beleza de Andrade), num Armazém e antiga Casa do Povo, no lugar da chamada Praia.
A Escola Primária funcionou durante anos (até ser construído o edifício dos Planos dos Centenários, em terreno dos Beleza de Andrade), num Armazém e antiga Casa do Povo, no lugar da chamada Praia.
Local onde funcionou a primeira Escola Oficial |
A professora Ana Baptista Beleza afirmava frequentemente, querer contribuir desse modo para uma maior alfabetização num tempo em que, rareavam as professoras e as famílias lhe pediam continuamente, Escola para os seus filhos. Também dava aulas a alunos do Curso Nocturno e ainda se deslocava à Quinta das Carvalhas para aí dar aulas particulares às meninas, filhas dos proprietários da Quinta.
Para além desta função, tinha a seu cargo obrigatóriamente e sem remuneração o Registo Civil que, funcionava na sua própria casa, onde contava com o auxílio das suas filhas Antonieta e Manuela para preenchimento dos impressos de Registo de Nascimento, Casamento e outros que, posteriormente eram entregues por si em Alijó, Sede do Concelho.
José Beleza de Andrade, seu marido, nasceu no Pinhão em 1897. Pertenceu à 1.ª Comissão Administrativa da Junta da Freguesia do Pinhão, constituída em 1933.
De seus bens faziam parte a Quinta do Fontão e ainda terrenos em Gouvães. Muito respeitado no Pinhão, chegou a resolver contendas entre pessoal que para lá se deslocava por altura das vindimas, levando-os para a sua própria casa. Por diversas vezes e a bem do progresso daquela localidade, foi expropriado. Em 1935 foram expropriadas as minas de água situadas em Gouvães do Douro e que vieram a abastecer o Pinhão. Anos mais tarde, deu-se nova expropriação dos seus terrenos no mesmo local, quando da construção da estrada para Gouvães, rasgando a propriedade ao meio, sem que tivessem sido assegurados os interesses dos seus herdeiros proprietários que a viram ficar em parte, destruída. O terreno adjacente ao cemitério foi igualmente sujeito a expropriação. Aí descansam os dois, após anos de muita dedicação a essa terra do Alto Douro.
José Beleza de Andrade e Ana dos Santos Baptista
Do casamento de Ana dos Santos Baptista com José Beleza de Andrade nasceram três filhas.
A filha mais velha, Maria Antonieta Baptista Beleza de Andrade, minha Mãe, nasceu no Pinhão a 15 de Novembro de 1927. Tal como sua Mãe tirou o Curso na Escola do Magistério Primário, em Vila Real. Foi a última descendente dos Beleza de Andrade a permanecer no Pinhão, onde viveu até 1980.
Mais conhecida por D. Mariazinha Marialva, da Casa do Douro, por aí residir após casar com Francisco António Marialva Júnior, Chefe de Secção de Armazéns da Casa do Douro.
Após o horário lectivo, dava aulas extra na casa onde vivia, nos salões da Casa do Douro, onde preparava os seus alunos para os exames da 4.ª Classe, realizados em Alijó e para a Admissão aos Liceus, em Vila Real. Preparava igualmente adultos, ferroviários residentes ou em trânsito, que necessitavam do diploma da 4.ª classe, para progressão da sua situação profissional.
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Maria Antonieta Baptista Beleza de Andrade e Francisco António Marialva Júnior |
Mais conhecida por D. Mariazinha Marialva, da Casa do Douro, por aí residir após casar com Francisco António Marialva Júnior, Chefe de Secção de Armazéns da Casa do Douro.
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Casa do Douro no Pinhão - Residência e Armazéns |
Leccionou no Pinhão desde 1960, ano em que aí ficou colocada efectiva, vinda da Escola de Vale de Mendiz onde deu aulas desde 1952 a 1959. Dedicou grande parte da sua vida aos seus alunos de quem dizia preencherem a sua vida, afirmando não poder viver sem a Escola.
Após o horário lectivo, dava aulas extra na casa onde vivia, nos salões da Casa do Douro, onde preparava os seus alunos para os exames da 4.ª Classe, realizados em Alijó e para a Admissão aos Liceus, em Vila Real. Preparava igualmente adultos, ferroviários residentes ou em trânsito, que necessitavam do diploma da 4.ª classe, para progressão da sua situação profissional.
Durante alguns anos, exerceu funções de Directora dos quatro lugares existentes na Escola, onde eu, as minhas irmãs Lúcia e Nélita fizemos toda a Instrução Primária da 1.ª à 4.ª Classe.
Também chegou a dar aulas particulares e sem qualquer tipo de remuneração, aos meninos da Quinta das Carvalhas, filhos de Manuel Silva Reis e da Sra. D. Rosinha, por altura das suas férias e estadia no Pinhão.
Também chegou a dar aulas particulares e sem qualquer tipo de remuneração, aos meninos da Quinta das Carvalhas, filhos de Manuel Silva Reis e da Sra. D. Rosinha, por altura das suas férias e estadia no Pinhão.
Mas a história do Pinhão não se fez apenas com grandes e ilustres famílias. Fez-se igualmente com todos aqueles, conhecidos ou anónimos, que durante o seu viver contribuíram com a grandeza do seu trabalho.
Eu que também sou “filha do Pinhão”, que lá vivi até quase aos vinte anos, aproveito este espaço, para prestar publicamente homenagem à minha Avó, a minha Mãe, também minhas colegas de profissão, reconhecendo-lhes todo o empenho, dedicação, valor, abnegação e o grande contributo que deram para a Formação Pessoal e Desenvolvimento Social de muitos dos habitantes, daquela que é considerada pela Unesco, Património Cultural da Humanidade.
Maria Fernanda Beleza de Andrade Marialva Pinheiro
Professora do 1.º Ciclo do Ensino Básico
Monte Abraão - Sintra